Se permita...
Sentir tristeza. As vezes é só isso... o peito apertado, olhos mareados, uma respiração profunda. Se permita chorar. Não é fraqueza, não significa que você desistiu... Deixe as lágrimas correrem à vontade. Até que você resolva enxugá-las no espelho, onde busca diariamente se encontrar. Um corpo que nem sempre reconheço, de alguém em transformação diária. Essa dor da reconstrução que me acompanha e não permite esquecer. E nem quero! Então sofro, para seguir em frente enquanto cicatrizam minhas feridas...
Se permita...
Sentir saudades. Do mundo lá fora, do sol, do vento na cara, do abraço apertado, da corrida leve, do coração na boca, da natureza, do primeiro mergulho na piscina vazia... Da madrugada, da rotina, das caramanholas, dos amigos... Dos desafios do trabalho, das pessoas, do dia que corre ligeiro, do papo do almoço, do prazer de comer, da fome... Das crianças e suas brigas, seus interesses, seus abraços, suas risadas...
Se permita...
Sentir cansaço. Sentir desanimo. Sentir dor. Sentir vontade do que não posso ter (porque detesto a palavra inveja...). SENTIR.
Havendo sentimento e transformação, haverão momentos de alegria, de felicidade, de prazer e paz. E é o tempo que os fará mais frequentes. O tempo e eu!