Está difícil essa medida.
Do quanto, do certo, do tempo.
Não sei exatamente onde quero chegar. Onde posso. Só sei o que já fui. Fica difícil escolher a régua.
Já sei dos obstáculos: a dor, e agora a tontura, a náusea e todo essa mal estar.
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Do outro lado a minha força, a minha vontade quase infinita. Um desejo constante de independência, de não precisar do outro. Mas tenho aprendido que sem o outro, não vou longe não... Aliás, em dias como hoje, sem o outro sou só um corpo jogado no chão.
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Por mais que eu julgue estar fazendo somente o certo, obediente e disciplinada, tem muito incerteza nesse caminho. Erro e acerto caminhando lado a lado, custando não se cruzar.
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Aprendi um tanto, mas em dias como hoje me sinto analfabeta. Que eu aprenda a pedir ajuda, que eu aprenda que não posso tudo, que eu aprenda a aceitar e agradecer. Simples? Tanto quanto ter paciência, dar tempo ao tempo e não ter pressa. Simples?
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Está difícil acertar a dose. Do analgésico, do antiemético, do trabalho, do exercício, da independência, do otimismo, da esperança. Me entreguem a balança e seu manual. Porque está difícil. Mas eu vou gastar a energia que resta para fazer essa medida. Eu só não desisto de mim. Não hoje. Não nunca.